“desenho aquilo que observo. às vezes o encontro com a coisa a ser desenhada se dá por outro sentido, seja pela audição de um canto de pássaro, do cheiro após a chuva, da fumaça que me leva ao fogão de lenha feito no chão, do tato – de uma mão imersa na água ou segurando um coador de café, talvez um martelo –, ou mesmo do paladar ao encostar a língua na madeira de peroba-rosa, que é ardida. embora seja a visão que me leve a desenhar, a olhar de perto, às vezes de canto de olho, talvez haja um receio da coisa me ver observando ela. desenho, faço alguns vídeos, gravuras e tatuagens. ”
— Elias de Andrade é artista visual, professor e tatuador. Fez a graduação em Artes Visuais pela UEL e o mestrado em Poéticas Visuais pela UFRGS. Sua pesquisa versa sobre o desenho, o deslocamento e a memória. Já expôs em espaços institucionais e autônomos nas cidades de Londrina, Porto Alegre, Curitiba e João Pessoa. É membro do coletivo cãosemplumas.