“— saúdo todas as que se queimam nos fogões choram entre as cebolas descascam bifes dos dedos e dançam enquanto o feijão cozinha — penso também nas que tiveram coragem de salvar suas vidas através de pequenos frascos perigosos e a todas que alimentam amores através de seus temperos —

ultimamente tenho cortado mais cebolas que papel. equilíbrio de pratos. mãe e artista. camadas pra descascar. destilado na boca, viva.

nunca sei onde quero chegar quando estou com uma tesoura e uma cola na mão. entre uma figura e outra que aparece na revista velha , pode surgir um encaixe. é como um encontro. bate-papo. paquera. tudo pode acontecer.

para animar, use os dedos. ”



—  Adelita Ahmad vive hoje no mato. Com filhas companheiro pulgas abelhas carrapatos carrapichos borboletas moscas aos montes poucos piolhos cachorras dois coelhos sendo um morto pelas cachorras aranhas de teto com nome e sobrenome galinhas pintinhos joaninhas pererecas tucanos beija-flores araras tiês corujas – uma delas entrou na sala numa noite de verão, juro – pássaros neons sacis e outras mil entidades que não saberia nomear e que faria desta lista, uma história sem fim.